Mudança na Corregedoria da Polícia causa reboliço na região
Mudança na Corregedoria da Polícia causa reboliço na região
Publicado em: 28 de março de 2013 às 10:10
A nomeação da delegada Cristina Helena Spir Sant’Ana para a chefia da Corregedoria da PolÃcia Civil, à s vésperas da conclusão das investigações da Operação Queda D’Ãgua, causou o maior reboliço nos bastidores do Ministério Público e do órgão responsável por investigar infrações e crimes cometidos por policiais. A causa do tumulto é o fato de Cristina ser mulher do delegado Ricardo Afonso Rodrigues, policial investigado por suposta violação de sigilo funcional. Rodrigues é suspeito de vazar informações de ações da Corregedoria, onde Cristina trabalhou de 2007 a 2012, para policiais alvos da operação. Ao todo, mais dois delegados e pelo menos três investigadores são suspeitos de receber propina para dar proteção e fazer vistas grossas à atuação da máfia dos caça-nÃqueis na região de Rio Preto. O Diário apurou que autoridades responsáveis pela Operação Queda D’Ãgua estão indignados com a mudança abrupta do comando da Corregedoria no momento que julgam ser crucial para as investigações. Isso porque a troca ocorre à s vésperas do interrogatório e eventual indiciamento dos policiais investigados. Eles deveriam começar a ser ouvidos nos próximos dez dias. Principal temor é de que toda apuração vá por água abaixo com a troca de policiais. Com a nomeação de Cristina, os delegados Airton Douglas Honório, então titular da Corregedoria, e Laércio Ceneviva, presidente do inquérito, foram colocados à disposição do Departamento de PolÃcia Judiciária de Rio Preto e deverão ser remanejados para outras delegacias nos próximos dias. Interceptações telefônicas feitas pela Corregedoria detectaram que um dos delegados investigados teria sido avisado por Rodrigues de que seu celular estava grampeado. Numa das ligações, um investigador liga para o delegado e lhe pede para ‘aliviar a dele’ na Corregedoria, momento em que o delegado responde: “Cala a boca, seu débil mental, meu telefone está grampeado.†A troca de delegados surpreendeu o Ministério Público, que vinha fazendo investigações conjuntas com a Corregedoria. “É preocupante essa mudança abrupta. Precisamos saber dos motivos (da troca) não porque o secretário de Segurança Pública tenha de nos dar satisfação, mas porque havia investigações importantÃssimas em andamento. Se há algum motivo sério para isso devemos saber, até porque trabalhamos numa relação de confiança. Ao que nos conta o trabalho vinha sendo desenvolvido de uma forma muito séria e corretaâ€, afirmou o promotor José Heitor dos Santos, corregedor da PolÃcia Judiciária. O promotor diz temer que a dança de cadeiras prejudique as investigações. O promotor João Santa Terra, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecpo) e que participou da Operação Queda D’Ãgua, foi procurado para se manifestar sobre o caso, mas segundo seus assessores, ele estava em São Paulo. Delegada também é investigada A nomeação da delegada Cristina Helena Spir Sant’Ana como chefe da Corregedoria Auxiliar de Rio Preto foi publicada no Diário Oficial do Estado de anteontem. Segundo a publicação, a nomeação da delegada ocorre em “caráter excepcionalâ€. É que Cristina é delegada de 2ª classe a função exige delegado de 1ª classe. Cristina também é alvo recente de um procedimento preliminar. A investigação foi instaurada na semana passada e visa apurar o motivo de a delegada não ter comunicado a fuga de um preso da Delegacia de Tanabi. Normas da PolÃcia Civil determinam que toda fuga de preso deve ser imediatamente comunicada à Corregedoria, para que seja apurada eventual participação de policiais na ocorrência. Procurada na tarde de anteontem, Cristina, ex-titular da Delegacia de Tanabi, foi encontrada no plantão da Delegacia de Mirassol, onde respondeu, por meio de uma policial que se identificou como Rosângela, que não atenderia a reportagem porque “tinha muita gente para ouvirâ€. Ontem, policiais da Corregedoria informaram que ela estava em São Paulo. O marido dela, o delegado Ricardo Afonso Rodrigues, também foi procurado, mas não foi encontrado no Plantão Policial onde trabalha. O telefone que consta no nome dele na lista telefônica é de uma empresa. A Secretaria de Segurança Pública se limitou a dizer por nota que a Corregedoria Geral da PolÃcia Civil informou que a apuração administrativa relacionada à delegada Cristina ainda está em andamento, assim como a investigação que apura suposto vazamento de informação pelo marido dela, o delegado Rodrigues. (Rita Magalhães – Diário da Região)
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