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Bebê de um mês morre ao dormir com o pais na região

Bebê de um mês morre ao dormir com o pais na região

Publicado em: 16 de abril de 2013 às 06:45



Um dia após completar um mês de vida, o pequeno Max Valeriano Cardoso morreu supostamente asfixiado enquanto dormia na cama com os pais. A Polícia Civil de Rio Preto abriu inquérito para investigar a causa. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) deve sair em 30 dias. Os pais acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), por volta das 6 horas de anteontem e informaram que a criança, que dormia na cama do casal, não estava respirando. Mesmo com as tentativas de reanimação feitas pelos socorristas, o bebê chegou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central sem vida.

Segundo o boletim de ocorrência, a médica Fabiana de Moraes Sardinha, que atendeu o bebê, atestou que o recém-nascido apresentava hematomas na cabeça e no corpo, além de sangramento no nariz e boca. O delegado do 3° Distrito Policial, Rubens Cardoso Machado Junior, informou que os pais do bebê e as pessoas que estavam na residência do casal, onde aconteceu uma festa no sábado à noite, devem ser ouvidos nos próximos dias.

“O sagramento e os hematomas podem ser indícios de agressão, no entanto, precisamos do laudo do IML determinando a causa”, afirmou. A mãe de Max, Ana Paula Cardoso, 26 anos, contou que havia dado mamadeira para a criança por volta de 1 hora. Quando ela acordou, às 6 horas, disse que encontrou o filho gelado e enrijecido. “Ele estava sangrando pelo nariz. Quando vi o sangue assustei e chamei meu marido, mas naquele momento ele (bebê) já estava muito frio”.

No sábado à noite, os pais da criança, a dona de casa Ana Paula e o pedreiro Ivanilson de Jesus Valeriano, 36 anos, fizeram uma festa na residência do casal, na Vila Ipiranga. De acordo com vizinhos, o som e o barulho de conversa durou a noite toda. “Eu acordei às 4h30, fiz meu café e tinha gente conversando ainda. Fui à feira e quando voltei fiquei sabendo que o bebê tinha morrido”, disse um vizinho que preferiu não ter o nome divulgado. O aposentado Benjamim Zafalon, 79 anos, que mora na casa da frente, conta que o barulho estava incomodando. “Até precisei subir no muro para pedir que abaixassem o som, mas a conversa continuou durante a noite toda”, afirmou.

Ivanilson confirmou que recebeu três amigos, de sua terra natal – Jacobina (BA) – em casa e que houve o consumo de bebidas alcoólicas, mas, contrariando os vizinhos, disse que, por volta da meia noite, os convidados deixaram a residência e a família foi dormir. Ele afirma que a morte de seu filho foi acidental. “O edredon pode ter asfixiado meu menino ou a Ana Paula, sem querer, bateu o braço nele. Quando o peguei no colo, pedi a Deus que não o levasse, mas ele já estava morto”, disse.

Ana Paula é mãe de outras quatro crianças, com idades de 2, 4, 7 e 9 anos. Ela afirma que tem o hábito de dormir com os filhos quando bebês na cama dela. “Eu sempre coloquei meus filhos pequenininhos para dormir comigo, nunca imaginei que uma coisa dessas pudesse acontecer. Eu não sei o que pode ter causado a morte dele. É uma dor em dose dupla, porque além de ter perdido meu bebê, os médicos me disseram que eu posso ter batido sem querer nele enquanto dormia. Estou me sentindo culpada e triste”, disse.

A perícia esteve no local e o corpo de Max foi encaminhado ao IML. Após, a necrópsia, o corpo foi liberado e enterrado na manhã de ontem. A família optou por não realizar o velório. “É muito triste vê-lo no caixão, preferimos evitar mais sofrimento”, disse a mãe ao Diário da Região ontem.

Outro caso

No dia 1° de dezembro do ano passado, o pequeno Mateus, de 16 dias, morreu asfixiado enquanto estava deitado ao lado de sua mãe de 19 anos e um irmão de dois anos de idade, em uma casa do bairro Nova Esperança, em Rio Preto. Moradora do bairro Santo Antônio, a mãe de Mateus foi à casa de uma parente no Nova Esperança, onde passou a noite. Como a casa é pequena e havia apenas uma cama, os três teriam dormido juntos.

Por volta das 6 horas, ela acordou e viu que o filho estava com dificuldades para respirar. O Samu foi acionado, mas o menino chegou sem vida ao Pronto-socorro Central. No atestado de óbito, foi constado que a causa da morte foi asfixia mecânica por sufocação – quando é provocada por algo ou alguma pessoa.

Lugar de bebê é no berço

Mãe e recém-nascido dormindo na mesma cama é um costume que deve ser evitado, uma vez que pode provocar a morte da criança por asfixia ou mesmo fraturas no corpo do bebê. O pediatra Jorge Haddad afirma que colocar o filho para dormir com adultos é uma prática que não pode ocorrer. “Durante o sono, os pais podem cair em sono profundo e asfixiar a criança ou provocar fraturas, principalmente na clavícula, que é ainda muito frágil em bebês”, afirmou.

Haddad acrescenta também que o ideal é que as crianças tenham um local específico para dormir. “O berço é esse local, que oferece segurança e conforto aos bebês, mesmo porque muitas camas de casal são pequenas e os adultos vão espremer a criança que estiver dormindo”.



(Tatiana Pires – Diário da Região)

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