Confusão e atrasos em voos prejudicam passageiros da região

Confusão, bate-boca, tumulto, falta de informação, prejuízos financeiros e profissionais. Quem passou pelo o aeroporto de Rio Preto, ontem, encontrou um saguão lotado com mais de 500 passageiros de cinco conexões aéreas da empresa Azul Linhas Aéreas Brasileiras vindas do Nordeste com destino a Campinas. A situação atípica foi resultado de uma neblina que atingiu os aeroportos Santos Dumont, no Rio de Janeiro, Congonhas, em São Paulo, e principalmente Viracopos, em Campinas, o que impediu que as aeronaves pousassem ou decolassem entre 4h45 e 8h15. Passageiros de Votuporanga e região também sofreram com os atrasos. A situação começou a se normalizar após as 22 horas, mas vários passageiros tiveram de ir para hotéis e aguardam encaixes hoje. Até uma equipe do VotuporangaTudo ficou enroscada num voo para Campinas. Cinco voos da Azul tiveram de ser desviados para Rio Preto. As aeronaves decolaram de Recife (PE), Aracaju (SE), Natal (RN), Teresina (PI) e Fortaleza (CE) por volta das 2 da manhã e pousariam em torno das 5h30 em Campinas. A medida pegou de surpresa os funcionários da base da Azul na cidade. Questionada sobre a falta de organização da empresa para solucionar os problemas dos passageiros e organizar a fila dos guichês de atendimento, abarrotados de gente, funcionários disseram que “são duas pessoas para atender mais de 200 (passageiros). Infelizmente você tem que ter paciência porque não temos como atender a demanda rapidamente.” A resposta causou indignação na jornalista Aurora Miranda Leão, 38 anos, que seguia de Fortaleza (CE) com conexão em Campinas e destino final em Goiânia (GO). Aurora tinha um compromisso às 8h e até o meio dia de ontem não sabia qual seria o destino dela. “O que está acontecendo aqui é um absurdo. Há pessoas estressadas, cansadas e com fome por todos os lados. A Azul não nos deu qualquer respaldo, nem hotel, nem comida”, desabafa. Transtorno também enfrentou a equipe da Associação de Judô Queiroz, que iria representar o Estado Piauí no Troféu Brasil Interclubes, em Belo Horizonte (MG). A delegação composta de nove atletas e o treinador que seguia de Teresina a Belo Horizonte - e antes passartia por Campinas - foi pega de surpresa ao saber do pouso em Rio Preto. “Todos os atletas estão apreensivos porque o horário limite para inscrição da equipe é até as 18h. Mas a previsão de saída do primeiro voo é às 17h. Não vai dar tempo. Espero que os organizardes compreendam nossa situação”, conta o judoca piauiense Stael Torres, 18 anos. O agricultor Erton Roberto Maurer, 30, que seguia com dois filhos, Mandi, de 3 anos, e Matias de 1 ano e sete meses, de Fortaleza com destino final a Porto Alegre (RS), conta que enfrentou problemas para descer com as crianças da aeronave. “Avião por si só já é um desconforto. Com criança, pior ainda. Fui o último a desembarcar, porque tinha de me preocupar com a bagagem de mão e meus dois filhos pequenos. Foi muito constrangedor para mim quando uma funcionária da Azul me apressou dizendo: ‘Só falta você para descer!’.” A assistente social Bianca Martins, 36, não aguentou a espera e se entregou ao cansaço em um dos bancos do aeroporto. Ao mesmo tempo que aproveitava para tirar um cochilo no banco do saguão, ela tentava proteger as malas. “Saí de Recife no voo das duas e oito. Iria até Campinas onde três familiares me aguardavam. Seguiríamos em férias para Brotas, interior de São Paulo. Estou acabada. Pior que a falta de informação é a espera.” (Com Diário da Região)