Mulher perde a guarda de quatro filhos na região

Roupas sujas espalhadas pelo chão da casa, inclusive no quintal, uma panela com arroz seco sobre o fogão e más condições de higiene. Assim foram encontradas quatro crianças pelo Conselho Tutelar Norte, na manhã de domingo, em uma casa do bairro Santo Antônio, após uma denúncia anônima de vizinhos. R.S.L., 24 anos, perdeu a guarda dos filhos - de 6 anos, 7 anos, 3 anos, e o caçula de 1 ano e três meses - por abandono de incapaz. As crianças foram abrigadas temporariamente no Trabalho de Emancipação da Infância e da Adolescência (Projeto Teia). R. foi procurada pela reportagem na casa dela, ontem à tarde e no começo da noite, mas ela não foi encontrada. Irmão dela, de 31 anos, disse que ela teria deixado os filhos sozinhos no sábado à noite para se encontrar com o pai de uma de suas filhas e só retornou no domingo à tarde. De acordo com a conselheira tutelar Dayani Aparecida Escroque, em fevereiro foi feito um boletim de ocorrência por negligência dos cuidados de R. em relação aos filhos. “Já foi constatado abandono, ocasião em que eles foram deixados sozinhos. O conselho atuou com intervenções no sentido de garantir o bem estar das crianças”, informou. Vizinhos de R. afirmam que é comum ela sair e os filhos ficarem na rua. “É de dar dó como essas crianças vivem. Muitas vezes a gente leva eles para comer em casa”, contou uma mulher que não quis ter o nome divulgado. Uma estudante de 19 anos contou que R. deixa os filhos aos cuidados da mãe dela. “Ela não bate nos filhos e nem maltrata. O que acontece é que têm dias que eles ficam sozinhos ou com a avó das crianças”. O irmão de R. conta que há três meses deixou de morar com a irmã e passou a viver em seu salão de beleza. “Ela é uma boa pessoa, mas se acha nova e quer sair. O que ela não entende é que não pode deixar as crianças abandonadas. Eu sempre cuido deles, mas também tenho meus cinco filhos. Saí de lá para ver se ela cria responsabilidade, porque quando eu morava lá só eu cuidava da limpeza da casa”. O irmão disse ainda que há um mês vez compras de alimentação para as crianças. “Mas tudo acabou e ela não comprou mais, por isso o Conselho Tutelar viu a casa naquelas condições”. (Tatiana Pires – Diário da Região)