Pelo menos três passageiros foram agredidos durante assalto à ônibus de uma excursão com estudantes de Ilha Solteira, que voltava de Brasília, onde fizeram uma visita técnica. O roubo aconteceu na madrugada desta quarta-feira (25), próximo a cidade de Prata, em Minas Gerais.
O advogado Anderson Paris, que é professor na Faciluz/UNIESP e acompanhava os estudantes na excursão, disse que acordou por volta das 03h20 com o ônibus parando e o motorista informando que o veículo estava sendo assaltado. “Quando foi ultrapassar um veículo que estava na frente, o motorista percebeu que vinha um carro logo atrás. Assim que fez a ultrapassagem, esse carro ficou ao lado do ônibus. Os bandidos colocaram as armas para fora começaram a atirar e anunciaram o assalto, mandando o motorista encostar. Ele parou no acostamento e antes de deixar os bandidos entrarem, ele nos avisou do assalto”, explica Paris.
Já dentro do ônibus, os bandidos (três, todos com o rosto coberto e armados, dois com revólveres e um com uma metralhadora de fabricação caseira) anunciaram o assalto e mandaram o motorista entrar em uma porteira e seguir por um pasto. “Andamos uns dez, quinze minutos por esse pasto. Um dos bandidos pediu para que o motorista fizesse uma manobra, e ele informou que se fizesse o que estavam pedindo, poderia tombar o ônibus, já que o local tinha muitas curvas de nível. O bandido fez novas ameaças e disse que se o ônibus tombasse, todo mundo iria morrer. O motorista, então, conseguiu fazer a manobra que ele exigiu e, em uma segunda manobra, o ônibus acabou ficando preso em um barranco”, disse Paris.
Com o ônibus já longe da rodovia, os bandidos pediram para que todos os passageiros dessem celulares, carteiras e joias. Roupas dos passageiros, principalmente ternos, também foram levados. “O que ficou na parte de trás do ônibus até que era tranquilo. Mas os dois da frente eram bem agressivos. Agrediram três pessoas. Um deles chegou a atirar para o alto, dentro do ônibus”, explicou Paris.
Resgate – Os bandidos deixaram o ônibus cerca de uma hora depois. Passageiros que conseguiram esconder o celular, avisam a Polícia. Outros foram até a rodovia, buscar por socorro. “Só depois que amanheceu percebemos o local em que estávamos. Era impossível ver o ônibus da rodovia. De dia já era difícil, imagina à noite”, disse Paris.
Os passageiros chegaram em Ilha Solteira na tarde desta quarta-feira (26).
“Nem dá para descrever o que senti”, disse estudante agredida durante assalto Uma das passageiras agredidas no ônibus foi a estudante Morena Isa Sanches de Carvalho da Silva, que é de Ilha Solteira e está no primeiro ano do curso de direito. Ela levou tapas no rosto de um dos bandidos.
Morena explica que entregou a carteira para o bandido que ficou ao seu lado. Só que ele também queria o celular. Quando ela abaixou para pegar, acabou sendo agredida. “Ele mandou ficar com a mão para cima e ficamos. Só que ele mandou pegar o celular e o meu estava na bolsa, no chão. Quando abaixei para pegar, ele gritou dizendo que era para ficar com a mão para cima, talvez achando que eu tivesse escondendo alguma coisa. Coloquei a mão para cima, mas ele começou a me bater. Ele me batia e dizia para eu pegar o celular, segurando a arma na outra mão”, explica Morena.
Além dela, pelo menos mais dois passageiros teriam sido agredidos, um com uma lanterna de emergência e outro teve a camisa rasgada ao ter uma corrente arrancada do pescoço. “Já estávamos todos com medo, porque quando um deles entrou, falou que a arma usava não era de brinquedo e atirou para cima, dentro do ônibus. Nem dá para descrever o que senti. Muitos falam que imaginam o que passei, mas não imaginam”, disse Morena.
Além de ser agredida, Morena teve dinheiro, celular e roupa roubados pelos bandidos.
(Ilhadenoticias)