Uma iniciativa do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Votuporanga foi destaque em um congresso estadual. O projeto “Acolhimento ao Paciente com TEA – Transtorno do Espectro Autista” foi um dos trabalhos expostos no 36º Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo, COSEMS/SP, realizado de 15 a 17 de março, em São Pedro/SP.
O Congresso, que teve como tema “35 anos do Sistema Único de Saúde (SUS): caminhos para equidade, universalidade e integralidade na conjuntura atual”, contou também com a 19ª Mostra de Experiências Exitosas dos Municípios e com o 12º Prêmio David Capistrano, oportunidade em que a ação do AME Votuporanga foi divulgada com apresentação oral e banner eletrônico.
Representaram a unidade no evento: a psicóloga Caroline Gutierrez Ruza; a coordenadora de humanização Priscila Sousa Costa Lima e a analista de ouvidoria Naysa Ghisi (S.A.U). O COSEMS é reconhecido como um dos mais importantes congressos na área da Saúde Pública, sendo ainda mais valiosa a participação do Ambulatório.
O projeto “Acolhimento ao Paciente com TEA – Transtorno do Espectro Autista”, que iniciou em 2021, tornou-se uma ação de Humanização contínua do Ambulatório. Ele é compartilhado entre a rede de saúde, por meio do Projeto de Matriciamento, e entre os AMES Jales e Santa Fé do Sul, administrados pela Santa Casa de Votuporanga.
A unidade promove capacitações contínuas das equipes para o atendimento ambulatorial e acolhimento do paciente e do seu acompanhante. “De maneira didática, explicamos o que fazer em casos de crises, como auxiliar a família e o que também não realizar. Com esse cenário, conseguimos exemplificar a condição e como o contato deve ocorrer, para que possa ser respeitoso e empático”, destacou a gerente médica Dra. Ana Virginia Maciel da Rocha Leone.
O Transtorno do Espectro Autista reúne desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (referência mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação social ou interação social (como nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais.
A médica Dra Ludmila Gomes Maia Santis, envolvida com a iniciativa, destacou a dificuldade desses pacientes em lidarem com o novo, com os estímulos do ambiente e, principalmente, com quebras na rotina diária, o que pode ocasionar sofrimento e crises durante o atendimento. “É de extrema importância o acolhimento desses pacientes e suas famílias de forma respeitosa e empática, tentando amenizar o incômodo gerado pelo fato de estar em um ambiente desconhecido. Ficamos muito satisfeitos com esse novo olhar de nossas equipes e temos como meta ampliar essa iniciativa para outros órgãos públicos”, complementou.
A gerente administrativa Marilza Cardi, elogiou o projeto. “Esse cuidado reflete positivamente em nosso Ambulatório e reforça nosso compromisso de melhorar continuamente a qualidade dos serviços e a eficácia do sistema de gestão da qualidade, objetivando a Segurança do Paciente, a Responsabilidade, Humanização e a Gestão dos Riscos. Agradeço a todos os profissionais, médicos e colaboradores que abraçaram esse projeto e expandiram para as unidades de saúde com o matriciamento e para o Complexo Santa Casa, entendendo a importância deste acolhimento para os pacientes autistas e seus benefícios”, destacou.