Você sabia que são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência? Nas mulheres, o câncer de mama é o mais incidente (depois do de pele não melanoma), com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025.
O Ambulatório de Oncologia da Santa Casa de Votuporanga preparou uma lista com os cânceres mais comuns no público feminino e como identifica-los:
Câncer de mamaPode ser identificado em sua fase inicial por meio de mamografia, que pode detectar alterações pequenas não identificáveis ao exame físico. Embora importante como fator de atenção ao próprio corpo, o autoexame não ajuda no diagnóstico precoce da doença. Sinais e sintomas, como alterações da cor da pele da mama, do mamilo (bico) – como retração, saída de líquido (como sangue) ou nódulos (caroços) na mama ou na axila – são achados tardios da presença da doença. “É o tipo de câncer mais frequente em mulheres em todo o mundo. A diferença entre a vida e a morte de um paciente é o diagnóstico precoce. O Outubro Rosa foi criado para despertar a atenção do mundo para a doença, mas a prevenção tem de ser feita o ano inteiro, todos os dias”, reforçou a médica oncologista Dra Julia Cordeiro.
Câncer colorretalAbrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o colón) e o reto. Os sintomas envolvem mudanças no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre), desconforto abdominal, sangramento nas fezes, sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação. Também poderá ocorrer perda de peso sem razão aparente, cansaço, fezes pastosas de cor escura, náuseas, vômitos e sensações doloridas na região anal, com esforço ineficaz para evacuar. Todos esses sinais também são considerados tardios – a melhor conduta é fazer um exame de rastreio que, muitos desconhecem, porém, está indicado para todas as pessoas acima de 50 anos. São vários os métodos que incluem pesquisa de sangue nas fezes, retossigmoidoscopia ou colonoscopia (exames em que se introduz um tubo flexível pelo ânus, sob sedação, e que permite a visualização de uma parte ou de todo o intestino).
Câncer de colo de úteroTambém conhecido como tumor de cérvix (ou cervical), a doença é causada, principalmente, por infecção crônica derivada do Papilomavírus Humano – HPV. É o segundo tumor mais frequente na população feminina (sendo o mais incidente em algumas regiões do país) e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Por ser uma doença de desenvolvimento lento ela não apresenta sintomas na fase inicial e evolui para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados. Acomete muitas mulheres jovens.
Além do teste de Papanicolau – o chamado "preventivo” – exame que pode detectar precocemente a patologia, temos hoje em dia uma grande arma no combate desta doença: a vacinação, disponível na rede pública e que faz parte do calendário de vacinação anual, a partir dos 9 anos de idade.
Câncer de pulmãoApresenta um número crescente nos últimos anos – principalmente entre as mulheres. A medida mais importante na prevenção é a interrupção do fumo. Entre os fumantes crônicos há a possibilidade de rastreio usando tomografia computadorizada – na tentativa de detectar lesões pequenas passíveis de ressecção (retirada cirúrgica). Os sintomas mais comumente associados ao tumor de pulmão incluem tosse persistente, rouquidão, falta de ar, perda de peso inexplicada e fraqueza generalizada.
Câncer de estômagoÉ o quinto tipo mais comum em mulheres. Pode causar indigestão, queimação, enjoo, falta de apetite e desconforto ou dor na região do estômago. Não há exame de rastreio considerado efetivo. Intervenções reconhecidamente efetivas na diminuição do risco desta doença incluem a cessação de fumar e o tratamento de infecção pelo Helicobacter pylori, bactéria que infecta o estômago e está associada ao desenvolvimento deste tipo de tumor. As recomendações gerais relacionadas a dieta e exercício físico também podem ajudar na prevenção da doença.
Fatores de risco- Agentes Infecciosos
- Alimentação não Saudável
- Consumo de álcool
- Fatores Ocupacionais
- Radiação Solar
-
Sedentarismo- Tabagismo
PrevençãoA prevenção primária do câncer está relacionada ao controle dos fatores de risco conhecidos e à promoção de práticas e comportamentos considerados protetores.
Os fatores hereditários e os associados ao ciclo reprodutivo da mulher não são, em sua maioria, modificáveis; porém fatores como excesso de peso corporal, inatividade física, consumo de álcool e terapia de reposição hormonal, são, em princípio, passíveis de mudança. “Por meio da alimentação, nutrição, atividade física e gordura corporal adequados é possível reduzir o risco de a mulher desenvolver câncer. Como medidas que podem contribuir para a prevenção primária da doença, estimula-se, portanto, praticar atividade física, manter o peso corporal adequado, adotar uma alimentação mais saudável e evitar ou reduzir o consumo de bebidas alcóolicas. Amamentar é também um fator protetor”, concluiu a especialista.