Quarta-feira (31/5), é considerado o Dia Mundial sem Tabaco, e um assunto que vem chamando a atenção dos órgãos de saúde é o uso do cigarro eletrônico, principalmente entre jovens e adolescentes. Este dispositivo, também chamado de “vape”, leva nicotina e substâncias tóxicas aos pulmões. Atualmente, a medicina ainda estuda os malefícios que podem ser causados pelo uso desse tipo de fumo, mas, já é de conhecimento que pode aumentar o risco de desenvolver uma doença pulmonar crônica.
Segundo médico de Família e Comunidade, Ernesto José Hoffman, o uso do cigarro eletrônico pode piorar infecções respiratórias já existentes além de causar também outras doenças. “Estudos sugerem uma piora nos quadros de bronquite e asma, aumento da pressão arterial, interferência no desenvolvimento do cérebro em usuários jovens, sem contar os problemas respiratórios e, em muitos casos, lesões pulmonares extensas. A ciência também já documentou doenças da gengiva, com sangramento gengival e prejuízo da saúde da boca como um todo”, disse o médico que é doutor em Ciências da Saúde e Saúde Coletiva. “Também já há estudos com camundongos e culturas de células que descobriram que o cigarro eletrônico danifica a estrutura química do DNA”.
Tratamento para quem quer parar de fumarEm Votuporanga, quem deseja parar de fumar encontra atendimento e tratamento de graça nas unidades de saúde e também no Caps Ad (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas), administrados pela Prefeitura, por intermédio da Secretaria Municipal da Saúde.
Neste ano, algumas unidades de saúde voltaram a oferecer o tratamento e acompanhamento, individual e em grupo, assim como ocorria antes da pandemia. O serviço é oferecido no Caps Ad e está sendo descentralizado para as demais unidades, com treinamento de profissionais e recursos necessários oferecidas pela assistência farmacêutica.
O coordenador do programa de Saúde Mental da Prefeitura, Reinaldo Antônio de Carvalho, explica como é o tratamento. “Primeiramente, é preciso identificar as motivações que incentivam a pessoa a parar de fumar. Esse desejo de parar precisa existir no indivíduo. Também é necessário identificar as comorbidades existentes por conta do cigarro. Depois dessa triagem, o cidadão passa por uma avaliação médica onde o profissional, com as informações obtidas até este momento, definirá qual abordagem ideal para aquela pessoa, incluindo os medicamentos ofertados gratuitamente pela rede pública. Iniciado o tratamento, o cidadão precisa frequentar os grupos para trabalhar os aspectos comportamentais. Por último, o paciente passa pelo processo de acompanhamento para retirada da medicação”.
Reinaldo explica ainda que todo o tratamento é planejado e executado para que os pacientes não sofram. “Não é preciso sofrer, temos fármacos disponíveis que ajudam as pessoas a largar o cigarro sem sofrimento, basta procurar uma unidade de saúde e dizer para o médico ou para a enfermeira responsável que você deseja parar de fumar. Se naquela unidade não tiver o serviço, o paciente será informado onde procurar. Também temos o Caps Ad que recebe qualquer cidadão nessa condição, sem necessidade de encaminhamento”, finalizou.
O Caps Ad fica na Rua Tocantins, nº 3809, bairro Santa Eliza. O telefone para mais informações é o (17) 3423-6343 ou 99774-7492. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h.